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O papa Bento XVI deu início nesta quinta-feira (1º) às celebrações da Páscoa sem abordar os escândalos de pedofilia na Igreja Católica que abalam vários países europeus, sobretudo a Alemanha, país natal do pontífice, e os Estados Unidos. Mas citou, durante uma missa, o aborto, mais uma vez reiterando a posição do Vaticano, que condena a prática.A nova condenação do papa ao aborto coincide na Itália com a chegada aos hospitais do país dos primeiros lotes da pílula abortiva RU486, que teve a comercialização autorizada em dezembro após um longo debate no Parlamento.
A cidade do México modificou em 2007 a lei de aborto. A reação da Igreja Católica foi impiedosa: os parlamentares que votassem a favor da nova lei seriam excomungados. A mesma situação aconteceu na Colômbia, com a Suprema Corte: os juízes que votaram a favor do direito ao aborto foram ameaçados de excomunhão.
No ano passado, o caso de uma menina de 9 anos, moradora de Alagoinha (PE), que foi operada para interromper uma gravidez de risco após ser estuprada pelo padrasto, transformou-se em polêmica. O arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, excomungou os médicos que realizaram o procedimento e a mãe da adolescente (que estava grávida de gêmeos). Ele afirmou na época que o suspeito do estupro não deveria ser excomungado porque “para a Igreja Católica, o aborto é um crime mais grave que o estupro”.
A decisão da arquidiocese causou polêmica entre ministros e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que criticou a atitude da Igreja. (FD)
Arca Universal / Padom